terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fenda


Hiante
Intenso
Pólen que viaja
Invisível

Atua
Na alma
Perfume

Inaudível
Ainda
Assim
Voz

Ventura

Pranto
Calado
Procura
Insone

Vento
Vontade
Desejo
Insano

Te amo

sábado, 15 de setembro de 2012

Ceifador


Eu te amo
É meu o
Amor
Meu e não te dou
Torto
Travesso
Avesso de mim
Desassossego

Ame-se

Possibilidade
Única
De amar outro
E não tu mesmo
Sempre

Confiança
Ungida de Disfarce
Admiração
Não é amor
É miríade
Ilusão

Amar-te Verdade
Ou
Abandonar-te
Perder-te
Deixar-te ir
Morte Anunciada
Em segredos malditos

Eu te amo
É meu o
Amor
Meu e ofereço
Amo-me

Por medo da
Morte
Amarrar-me?
Recuar
E
Desviar-me de mim
Em falsos retornos?
Não mais
Morro então
Destemida

Sabes ousar?
Pular no precipício
Desconhecer-se
do Conhecido?
Revides das espirais
Do poço dos temores
Retorne ao país da sua
Alma
Conheças a escuridão
E seja luz onde
Fores
Sol-Lua
Fogo-água
Mansidão

Mar bravio
Intranquilo
Sofreguidão

Ilumino
Não necessito brilho
Cuido de mim
Vivo
Abro-me ao infinito
Alegria.
E fim.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Regresso


... Bandeiras azuis... apenas bandeiras
Tremulavam e bailavam frente ao vento quente do verão
Ainda bem que havia vento
Senão, apenas vapor
Impraticável respiraração...
Bandeirinhas que tremulavam naquele esquecido templo
Outono
Inverno
Primavera
Nas pequenas bandeiras imagens Búdicas.
Todos os encontros possíveis naquele ondear
Tudo vertia pregresso
Aquilo já não existia
Forma atemporal
Espiralando o balanço ao vento
Um esquecer que nunca fora possível antes
Um deixar-se crível
Visão da luz que se apresentara tênue
E, agora,
Nem tão sussurrante assim
Gritava as palavras mortas
Antes mesmo de proferidas
Bandeiras azuis e roxas
Mantras num sânscrito mal escrito
Incompreensíveis. Vento verde-azul da distância que se faz.

domingo, 1 de julho de 2012

Moinho


Meus sonhos: oráculos
Fazem planar
As inquietantes
Labaredas
Paciência
Parcimônia
Parcial
Partes de mim
Partem de mim
Mil borboletas
Cores: Improváveis
Amores: Impossíveis
Meu lugar
Ainda é solidão
Como se é fluxo
Assim?
Quando inquieta
Ouço o bater de um coração
Como se fossem dois
No lume das estrelas
Conto os dias
Desmancho-me
Botão em botão
Para amanhecer
Mais inteira