sábado, 19 de junho de 2010

Junho de 2010

Almas

Sob a pele do amigo
Há o compartilhar
Da coragem de Ser

Sob a pele do amigo
Os mistérios não assustam
Há destemor constante
Profundidades que se
enlaçam sem nós

Sob a pele do amigo
Está a força vibrante
De anseios sem carência de nome
Há o sentir puro

Sob a pele do amigo
Há aceitação
Nada se justifica
Nem espera
Não há remendos por fazer
Pode-se ser inteiro em meio à fragmentação

Com a pele do amigo
Temos o movimento
A extinguir angústias
A lembrar que amar, amar, amar
Sempre vale a pena

Com a pele do amigo
Encontram-se umidades
Terra fértil
Criatividade
Risos são abraçados
Lágrimas são acalentadas
Ímpares se querem par
No eterno de instantes

Com a pele do amigo
A descoberta é encontro
Brincadeira
Ciranda do bom tempo
Onde julgamento não pisa

Nunca se esgota
Tão pouco paralisa
Porque a celebração do divino
é coisa que não tem fim



Da Caverna

Queimou-se a pele
Tudo se tornou demasiado cálido
Caverna abriu-se aos passos
O corpo pulsou
Quente e iluminado
Dizendo não à necessidade
Dizendo sim ao puro desejo

Negar tal sentimento
Não o faria cessar
Mãe da luz arranca espadas
O músculo cura-se vibrante
Torna-se forte ao aceitar-se frágil

Não entender
Vale a pena hoje
Ansiar, por nada
Brincar
Com a energia de uma criança
Tocar o incognoscível com uma dança
Viver tudo, amor, dor, desejo, saciedade
Observadora dos atos da vida
Curiosa

Nada a recusar
Tudo se agrega
Ao aprender
Negar o que se passa é buscar
trapaça
É desamor
Apressar-se às respostas
Pra que?
Se nem há perguntas
Aceita-se o sabor dos ventos
Em amistoso bailado
Flores e folhas que se misturam
Juntar-se em solo fértil é possível
Dar-se ao êxtase sem medos e fantasias
É celebração da existência

Sem espera de tempo algum
Ondulando no presente
Ao tocarem-se, peles que iluminam sorrisos
E o queimar desaparece

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